Ipsis Litteris

Revisão de textos



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A Órfã



Já faz uma semana desde que assisti a "A Órfã" ("Orphan", 2009) e ainda estou doido para comentar o filme com quem também o tenha visto.

Discordo da classificação - horror - atribuída ao filme, mas é, sem dúvida, um excelente suspense, e, ainda que tivesse prometido a mim mesmo não assistir mais a "filmes de susto", não resisti ao do espanhol Jaume Collet-Serra, também diretor de "A Casa de Cera" ("House of Wax", 2005). Como se vê pelo último post, sou absolutamente fascinado por thrillers.

Uma família aparentemente perfeita, não fossem a morte de uma filha e a deficiência auditiva de outra.

Uma filha adotiva aparentemente perfeita. Isabelle Fuhrman conduz sinistramente bem seu papel, com a frieza de um soldado - eu diria russo, pela (im)provável ascendência de Esther - em tempos belicosos. Uma pretensa garota-prodígio, gênio e manipuladora. Como acreditar em uma mulher alcóolatra ou em um marido infiel? O passado pode ser perdoado, nunca esquecido. Mas não gostei do segredo que explana suas atitudes. A ideia do complexo de Édipo me pareceu mais polêmico, real e instigante.

Agora, quem mais me encantou no filme foi a pequena canadense Aryana Engineer, aquela coisinha cuti-cuti da Maxine Coleman. Confesso que fiquei tenso e aflito durante a história toda, com medo do que pudesse acontecer com a Max, haja vista sua deficiência auditiva. E o emudecimento de vozes e sons em cenas de conversa da pititica é detalhe muito interessante. Em seu primeiro filme, Aryana é um show de ternura e representação.